O discurso organizacional parece incapaz de induzir comportamentos alinhados com as exigências e necessidades da empresa. A literatura sobre gest?o de pessoas aponta essa dissocia??o entre discurso e prática como um paradoxo. Este artigo prop?e ir além, ao considerar que ele é, na verdade, signo de uma contradi??o constitutiva do campo a partir da qual as a??es gerenciais s?o produzidas. A n?o coincidência entre discurso e prática é a regra que propicia a regenera??o e reitera??o incessante do que é comunicado. Técnicas renovadas de treinamento mostram que a integra??o dos indivíduos é vista como um problema de aprendizagem, dependente do ensino de modos de sentir e perceber suas sensa??es e experiências, o que vai muito além da fronteira do discurso, apontando outros limites e antagonistas. Espera-se que os indivíduos sejam sujeitos de sua própria sujei??o. Nessa perspectiva, a opera??o e o problema da gest?o de pessoas residem na necessidade de produzir simultaneamente a completa sujei??o e o sujeito pleno. Os referenciais teóricos do discurso organizacional e da teoria linguística fundamentam a crítica às práticas inovadoras de gest?o de pessoas. Um dos personagens do filme Beleza americana ajuda a reordenar a reflex?o anterior, propiciando a retomada do problema segundo a nova chave, com a passagem do discurso ao sujeito.
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